quinta-feira, 14 de abril de 2011

Gotas Poéticas


A professora de Leitura e Produção de Texto, Gabriela Vieira, inspirou os alunos do 3º semestre de RP a escreverem poesias para um trabalho. Em razão do sucesso estamos divulgando para todos.

 
             Agência Brain

Mil coisas aqui se passam 
  Eu já não sei mais o que é verdade,
O que é real, o valor da vida
Tudo se perdeu,
Nada mais faz sentido

Nada de mim restou,
Agora basta apenas a lembrança,
Esquecida seria se pudesse,
Os erros já não têm mais condições de serem entendidos,
E o que era para se entender, não mais existe

O vento levou com ele os meus sentimentos,
Meu mundo...
O hoje, talvez, o amanhã
Que pudera não me caber

Flash no escuro e eu não sei mais,
Sem sua presença nada basta...
Nem choro, nem nuvem, nem pedaços.
Some no infinito todas as coisas do meu coração...
 
Original: “Tanto de meu estado
 me acho incerto”. Luís de Camões.


Agência Chronos
 

Momentos esquecidos

Cada foto, cada momento.
Só existe em pensamento
Mas nenhum argumento
Que me diz onde foram parar
Cada felicidade ali encontrada
Onde a alegria ficou estampada
Ninguém para me explicar
Onde foram esquecidos 

 Os momentos que fazem à vida.

Original: “Retrato”. Cecília Meireles.

Agência: EAGLE

Livre

Eu não quero nada, apenas quero ser,
Livre!


Não me preocupo com o ama

nhã, apenas quero ser,
Livre!


Outro lindo,
Outro lindo, dia,
O que fazer?
Ser apenas,
Livre!


Livre no lindo dia,
lindo dia, para ser,
Livre!


Eu estou procurando por vida,
procurando por risos,
Procurando ser,
Livre!


Diga-me o que você vê,
As pessoas no mundo querendo ser,
Livres!

As coisas estão mundando,
elas nunca permanecem as mesmas
É por isso que estou lutando,
Lutando Para ser,
Livre!

Passe-me uma bebida, duas talvez,
uma pra mim outra pra vocês,
E assim seremos,
Livres!
Aqui o vento faz curvas,
tudo muda,
Acho que terei de entrar,
Quanto tempo? Quanto tempo me deixará neste lugar?
Agora tudo mudou,
já me preocupo com o amanhã,
Acho que terei de esperar, ventos alísios soprar,
E assim serei,
Livre!
Livre para te encontrar!
Original: “Todas as cartas de amor
são ridículas”. Fernando Pessoa
sobre o pseudônimo de Álvaro Campos.



ILUSTRE

 

SERÁ ARTE?


Não sou uma parte,
O pequeno cresceu
Hoje eu sou
Um grande  que nasceu
Não sou uma parte,
Demonstro apenas o começo
Hoje eu sou
Visto pelo avesso
Não sou uma parte,
Me jogo na emoção
Hoje eu sou
Somente um coração
Não sou uma parte,
Sou o meu amanhecer
Hoje eu sou
O seu anoitecer
Não sou uma parte,
Sou jogado ao mundo
Hoje eu sou
Um viajante profundo
Não sou uma parte,
Tudo se completa
Hoje eu sou
Uma grande descoberta
Pego na jugular de Gullar
E lhe olho nos olhos
Não sou vida nem morte
Sim, sou arte.
Original: “Traduzir-se”. Ferreira Gullar



 
Agência Pandora

Essa coisa...
Nome não possuo. 

Possuo Etiquetas,
Etiquetas que dançam ao som do tempo
Quem sou afinal?
Uma pergunta em vão
Em meu peito apenas
Uma leve sensação
Que parte de um crescente 

Um crescente que não há quem dome
Afinal, do que gosto?
Qual é meu nome?
A resposta não sei,
Pois o rótulo me consome.


Original: Eu, Etiqueta”
Carlos Drummond de Andrade


Agencia Plugway

Todos aqueles que se apaixonam são humanos
 Todos aqueles que se apaixonam são
Humanos.
Não se apaixonariam se não fossem
Humanos. 

Também em meu tempo me apaixonei
Como os outros
Humanos.

Os apaixonados para se apaixonarem
Têm de ser
Humanos.

Mas, afinal
Só aqueles que nunca quiseram estar
Apaixonados
É que são
Humanos.

Quem me dera no meu tempo
Não me
Apaixonar e mesmo assim ser
Humano.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Continuam sendo de um apaixonado
Que sempre vai ser
Humano.

(Todas as pessoas amam,
Que tem sentimentos de amor
São naturalmente
Humanos.)

 Original: “Todas as Cartas de Amor São Ridículas”.
Fernando Pessoa 
sob o pseudônimo de Álvaro de Campos.


Redatores: Carla Furlan, Cayo Vinicius, Edymara Santos, Francielly Soares, Mabile Teixeira, Patricia Lopes, Roberto Kazuo.  
Professor orientador: Eliasar Almeida.


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