sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Olá pessoal

Todos os alunos estão empolgados com a Semana da Comunicação da Faculdade Veris / Metrocamp, e o tema desse ano é Redescobrindo a Vila Industrial, o bairro que localiza o prédio da faculdade, em breve colocaremos a programação e todos os eventos.
Agora um pouquinho da história da Vila Industrial:

O munícipio de Campinas possui aproximadamente 250 bairros. A Região Central de

Campinas é a que está mais densamente urbanizada, sendo altamente verticalizada,

possuindo a maior concentração de estabelecimentos comerciais, médicos e de serviços de

toda a cidade. Nela há tanto regiões residenciais e mistas de alto poder aquisitivo (Cambuí,

Vila Itapura, Guanabara),Classe média (Ponte Preta, Vila João Jorge), assim como regiões

degradadas e com muitos imóveis abandonados (parte alta do Centro, a região do Botafogo,

Vila Industrial e a região próxima à antiga estação Guanabara.

A Vila Industrial surgiu como um bairro proletário de Campinas, no final do século XIX,

diretamente associado à instalação das Companhias de Estrada de Ferro Paulista (1872) e

Mogiana (1874). Localizada em uma área ocupada originalmente por um conjunto de

cemitérios ao lado dos trilhos da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, a vila marcou o

surgimento do primeiro bairro de trabalhadores da cidade. Nas origens desta ocupação,

instalaram-se prédios da imigração (entre as atuais ruas Sales de Oliveira e Pereira Lima) -

prédios que seriam utilizados pela companhia Mac Hardy e posteriormente pela Companhia

Mogiana - além da construção de vários conjuntos de casas para os funcionários da

“Paulista” (de propriedade desta Companhia).

No final do século XIX, a região passou também a receber outras instituições como o

Matadouro Municipal, a Companhia Curtidora Campineira de Calçados (1890), o Cortume

Campineiro, o Lazareto dos Morféticos, o Lazareto dos Varilosos e a Indústria Fabril, de

propriedade de Antonio Correa de Lemos, e no início do século XX, o Cortume Cantusio

(1911), o túnel de ligação entre a Vila Industrial e o centro (1915), além da transformação de

vários edifícios em oficinas da Companhia Mogiana. Datam das duas primeiras décadas do

século, ainda, a construção (pela iniciativa privada) das travessas Manoel Dias (1908) e

Travessa Manoel Freire (1918) para venda aos ferroviários da Companhia Mogiana.

Sediadas nas proximidades dos trilhos de trem, estas inúmeras instituições e moradias de

trabalhadores acabaram por modificar uma paisagem originalmente caracterizada por

habitações esparsas e caminhos rurais, instaurando-se, pouco a pouco, uma dinâmica muito

específica de desenvolvimento. De maneira particular, o Matadouro e o Cortume (e não

apenas as Companhias Paulista e Mogiana) foram capazes de transformar esta paisagem

ao impor uma nova dinâmica ao antigo caminho de boiadas (na atual Salles de Oliveira). No

curso da primeira metade do século XX, enfim, surgiram outras fábricas e empresas, como

as Fábricas de Seda, além de conjuntos de casas de trabalhadores associados aos breves

surtos de industrialização vividos pela cidade, como a Vila Tofanello (antigo Furasóio), a Vila

Stanislau, a Vila Getúlio Vargas, ou ainda, a Vila Genny.

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Sempre caracterizado como um bairro de trabalhadores , a vila Industrial - no passado

conhecida como “bucheiro” (pela sua proximidade do cortume) - desenvolveu também uma

forte identidade cultural e viu nascer equipamentos específicos de lazer e cultura, como o

Grêmio Recreativo Campinas, os blocos carnavalescos “do boi”, “do jacaré”, “do azul e

branco” ou as tradições do “corso”, sedimentando-se, pouco a pouco, tradições musicais,

artísticas e culturais próprias. Em sua trajetória urbanística, o bairro evoluiu no sentido lesteoeste

e seguiu o mesmo traçado urbano (em forma de tabuleiro de xadrez) já utilizado na

cidade de Campinas desde sua origem. A Vila Manoel Freire será reconstruída para

moradias populares através de um projeto da Caixa Econômica Federal.


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